"The Secret Relationship Between Blacks and Jews" (PDF grátis do livro em inglês segue no final) é um livro que afirma documentalmente que os judeus dominaram o comércio atlântico de escravos. O livro de 334 páginas, é repleto de notas e fontes, incluindo 1.275 notas de rodapé, mais de 3.000 fontes, relacionando revistas judaicas, enciclopédias, jornais e outras publicações, relatos de estudiosos judeus e rabinos, documentos e registros judiciais, registros de envio, testamento de judeus, aviso de escravos fugitivos, notificações de leilões, sermões publicados, dados de censo, contabilidade e registro de impostos de vendas de escravos, registros fiscais, enfim, um extenso registro de comércio de escravos negros efetuados por judeus no hemisfério ocidental que todo pesquisador do tema deveria possuir, ler e se aprofundar. O livro teve uma sequência com o volume 2.
Louis Farrakhan palestra sobre seu livro "The Secret Relationship Between Blacks and Jews" Volume 1 e 2.
Vamos à tradução:
Brasil
Foi a partir do Brasil que se desenvolveram as comunidades judaicas da América. Os judeus portugueses chegaram ao Brasil em 1502 na expedição dirigida por Fernando Noronha e Gaspar da Gama, que haviam obtido um monopólio implícito do rei de Portugal para a colonização do país. Eles trouxeram a cana-de-açúcar, as técnicas de exploração e os escravos, que rapidamente fez do Brasil "a primeira região produtora de açúcar do mundo". O papel desta atividade é tão importante que os especialistas pensam que Portugal não teria podido manter-se independente sem o comércio de açúcar do Brasil. [1] Originalmente, a cana era produzida na Ásia, mas no final do século XV, o açúcar era tão caro na Europa que ele era vendido unicamente por suas propriedades medicinais, por boticários. Os judeus portugueses fizeram as suas primeiras investidas nas plantações da Ilha de São Tomé, ao largo da África Ocidental, onde eles empregavam "uma mão-de-obra de três mil escravos negros". [2]
Os primeiros colonos chegavam todos os anos "em duas embarcações cheias de criminosos, de judeus e prostitutas, cuja missão era a de capturar papagaios". Aqueles que tinham sido condenados por terem cometido pecados procuravam refúgio nos vastos territórios do Brasil [3] e os judeus, vendo esses potenciais mercados, fundaram cerca de duzentas colônias na costa brasileira, no século XVI. [4] "Eles rapidamente tornaram-se a classe dominante", diz Lee M. Friedman: "Uma parte significativa dos ricos comerciantes brasileiros eram judeus". [5] Os plantadores de açúcar judeus tiravam um largo beneficio de suas vastas plantações onde eles utilizavam abundantemente uma mão-de-obra servil, indígena e negra importada. [6] Por volta de 1600, as plantações, e o essencial do negócio de escravos, mais de cem moinhos de açúcar (acionados por, pelo menos, dez mil negros) e a maior parte do comércio do açúcar "estavam nas mãos de colonos judeus." [7] Stephen Fortune escreve: "A partir do século XVI, os judeus foram atraídos pelos grandes lucros que proporcionavam o tráfico de escravos, como uma consequência do desenvolvimento da cultura da cana-de-açúcar e parece que não tiveram o menor escrúpulo em fazer comércio de seres humanos." [8] Em Voyage de Francis Pyrard, o autor, retorna da Baía para Portugal em 1611, e descreve assim um companheiro de viagem:
"O judeu transportava bens de um valor de mais de cem mil coroas; a maior parte era dele, o resto fora confiado por grandes comerciantes e outros. Havia um outro judeu a bordo, muito rico, e quatro ou cinco comerciantes judeus. Os lucros que eles tinham feito em nove ou dez anos nesses países eram enormes e todos eles tinham feito fortuna, muitos desses novos-cristãos, judeus batizados, tinham uma fortuna de sessenta, oitenta ou cem mil coroas." [9]
Apesar dos enormes lucros obtidos por aqueles que corriam o risco de se instalar lá, a chamada feita pelos portugueses não tinha tido o sucesso necessário para desenvolver a região. Segundo os historiadores "havia uma grande necessidade de mão-de-obra europeia, porque os indígenas preferiam morrer a submeter-se ao trabalho enquadrado e que os negros morriam por causa da dureza do trabalho enquadrado". [10] As dificuldades encontradas pelos portugueses atraíram os holandeses que conheciam a enorme riqueza do Novo Mundo e procuravam aproveitar-se. Os mercadores holandeses já beneficiavam de grandes lucros do comércio com os colonos judeus portugueses e essas relações já estabelecidas desempenharam um papel importante na criação da Companhia Holandesa das Índias Ocidentais, poderosa instituição de acionistas privados fundada para a conquista e exploração da rica costa norte do Brasil.
Notas:
[1] Herbert I. Bloom, "Book Reviews: The Dutch in Brazil, 1624-1654, by C.R. Boxer", PAJHS, vol. 47, 1957-1958, pág. 115.
[2] Arnold Wiznitzer, "The Jews in the Sugar Industry of Colonial Brazil", Jewish Social Studies, vol. 18, Julho 1956, págs. 189-190.
[3] Herbert I. Bloom, "A Study of Brazilian Jewish History", PAJHS, vol. 33, 1934, págs. 62-63; Lee M. Friedman, "Some References to Jews in the Sugar Trade", PAJHS, vol. 42, 1953, pág. 306; Peter Wiernik, The History of Jews in America: From the Period of the Discovery of the New World to the Present Time, New York, 1912, 2 e éd. rév. 1931; réimp., 1972, Wesport Connecticut, págs. 29-30.
[4] Maslin, pág. 159; EHJ, pág. 189.
[5] Friedman, "Sugar", pág. 306. Friedman cita Werner Sombart, Les juifs et la vie économique,: Paris: Payot, 1923; trad. de Die Juden und das Wirtschaftleben, Leipzig, 1911, citado a partir da tradução inglesa The Jews and Modern Capitalism, reimp. em Glencoe, Illinois, 1951, pág. 32. Cf. também Anita Novinsky, "Jewish Roots of Brazil", in Judith Laikin Elkin e Gilbert W. Merkx, The Jewish Presence in Latin America Boston, 1987, págs. 35-36; Burkholder-Johnson, pág. 198. David Grant Smith, "Old Christian Merchants and the Foundation of the Brazil Company, 1649", Hispanic American History Review, vol. 54, Maio de 1974, págs. 233-234: "O problema era tão perturbador naquela época, que em 1629, Philippe IV convoca uma assembleia de clérigos e juristas para discutir como lidar com os "novos cristãos", cujo monopólio sobre o comércio tinha empurrado para cima os preços, de modo que todo o dinheiro do povo era sugado e que todos os judeus eram ricos".
[6] Arkin, AJEH, pág. 199. Gilberto Freyre descreve assim os plantadores brasileiros da época no seu livro: "O poder estava concentrado nas mãos dos senhores locais. Eles eram os mestres da terra assim como de homens e mulheres. As suas casas eram o reflexo fiel do seu enorme poder feudal: feias e sólidas, com paredes espessas e fundações profundas. Os proprietários construíam essas fortalezas por razões de segurança, para se protegerem dos piratas e dos indígenas ou dos africanos, e escondiam o ouro e joias sob o chão de madeira. A vida dos senhores do açúcar era ociosa e libidinosa, ela tinha como centro a maca: a maca era fixa onde o mestre se esticava, dormia, ressonava, ou por onde andava, coberta por cortinas grossas quando o mestre estava viajava. Ele dava as ordens aos seus negros sem levantar-se da maca, quer fosse questão de ditar o correio ao seu capelão ou a um secretário ou de jogar ás cartas com um amigo. Era também na maca, que eles digeriam calmamente após as refeições, palitavam os dentes, fumavam um charuto, arrotavam, peidavam e eram refrescados (NdT: com folhas de palmeira, abanados) ou catar (NdT: catar o piolho, insetos, etc) por um negro tudo em coçando os pés ou os testículos, às vezes, por vício, às vezes por causa de doenças venéreas".
Por essa época, encontramos uma descrição da condição de escravo, especialmente a das mulheres, em Sean O’Callaghan, Damaged Baggage: The White Slave Trade and Narcotics Traffic in the Americas, Londres, 1969, págs. 15-32.; Galloway, pág. 72: "Como na ilha de Hispaniola, uma plantação média, no Brasil, tinha cerca de uma centena de escravos ... Em 1583, novamente, dois terços dos escravos de Pernambuco eram indígenas".
Dispomos de outros estudos que descrevem as fortunas dos judeus, por exemplo num artigo de George Alexander Kohut, "Jewish Martyrs of the Inquisition in South America", PAJHS, vol. 4, 1896, págs. 104-105: "Parece que a uma certa época, os marranos foram muito prósperos ..."; nas págs 127-128 G. Kohut cita R. G. Watson, Spanish and Portuguese South America During the Colonial Period, Londres, 1884, tomo 2, pág. 119: "Embora os "novos cristãos" fossem desprezados no Brasil, eles estavam autorizados a enriquecerem-se e guardarem as fortunas adquiridas."
[7] Arkin, AJEH, p. 200; Arnold Wiznitzer confirma no seu livro Jews in Colonial Brazil, Morningside Heights New York, 1960, págs. 50-51, que: "Em virtude de um decreto-real de 31 de julho de 1601, os mercadores "novos-cristãos", dando 200.000 cruzados, tinham o direito de negociar com as colônias; mas essa ordem foi revogada em 1610, e consequentemente, os mercadores "novos-cristãos" sofreram pesadas perdas, pois grande parte do comércio estava nas suas mãos."
Friedman, "Sugar", pág. 307, diz que no Brasil: "Muitos judeus eram ricos plantadores e proprietários de prósperos moinhos, dos quais muitos, mais tarde se tornaram traficantes de açúcar ou de escravos; ás vezes eles combinavam as duas atividades, trocavam escravos contra o açúcar."
Friedman cita N. Deerr, The History of Sugar, 2 vols., Londres, 1949, tomo 1, pág. 107; Galloway, pág. 79, que descreve o papel dos judeus: "Em Pernambuco e Amesterdão, os judeus sefarditas estavam presentes no comércio do açúcar como financeiros e como mercadores; em Pernambuco, alguns tornaram-se plantadores."
Domont, pág. 30, diz que a produção do açúcar era: "uma atividade controlada pelos marranos".
[8] Fortune, pág. 71.
[9] Max J. Kohler, "Phases of Jewish Life in New York Before 1800", PAJHS, vol. 2 (1894), pág. 95; Anita Novinsky, "Jewish Roots of Brazil", in Elkin and Merkx, pág. 36.
[10] Judith Laikin Elkin, Jews of the Latin American Republics, Chapel Hill, Carolina do Norte, 1980, págs. 14-15.
Fonte e PDF grátis do livro em inglês:
http://www.radioislam.org/islam/english/books/secrrel1/The%20Secret%20Relationship%20between%20Blacks%20and%20Jews.pdf
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