"O pensamento único é cada vez mais único e cada vez menos um pensamento. A sua dupla sedimentação, ideológica e tecnocrática, leva-o a não tolerar quem se expressa fora das suas fronteiras. Não se dirige contra as ideias que considera falsas, as quais exigiriam ser refutadas mas contra as ideias que considera “más”.
Essencialmente declamatório e inquisitório, o pensamento único elimina as zonas de resistência mediante uma estratégia indireta: marginalização, silenciamento, difamação (…).
A fabricação da verdade, escreve Bernard Dumont, proíbe legalmente dizer certas coisas e inclusive ordena nem concebê-las, enquanto neutraliza as outras remetendo-as para o reino relativista das “opiniões”. A percepção da realidade é alterada, a fronteira entre o mundo real e o mundo da representação esfuma-se, o clima de mentira generaliza a suspeita e desemboca na despolitização geral e num conformismo de massas, à vez necessidade vital e prêmio de consolação dos indivíduos perdidos na massa."
Alain de Benoist (nasceu em 11/12/1943), jornalista, filósofo e cientista político francês.
Abraços
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