Em 1945 a alemã Gabriele Köpp tinha apenas 15 anos, mas a violência à que foi sujeita durante as fatídicas duas semanas, marcou todo o resto da sua vida adulta.
O livro que ela escreveu sobre o seu passado traumático se chama "Warum war ich bloss ein Mädchen?" ("Porque eu tinha que nascer menina?", ISBN 9783776626292; 16,95 Euros).[1]
Aos 80 anos, Gabriele Köpp tem problemas com sono, por vezes, simplesmente não consegue comer. Aos 15 anos, ela foi repetidamente violada por soldados soviéticos, sendo virgem e não tendo nenhum conhecimento prévio sobre o sexo.
Como conta a revista alemã "Spiegel", o seu livro é o primeiro testemunho do gênero. Embora ainda nos anos 1950 foi publicado um livro autobiográfico intitulado A Woman in Berlin [2] da jornalista Marta Hillers [3] (o livro foi reeditado em 2003 e em 2008 deu a origem ao filme Anonyma – Eine Frau in Berlin [4]). Mas o nome da autora só foi revelado após a sua morte, na altura dos acontecimentos ela tinha cerca de 30 anos e não se sabe se passou pessoalmente pelo inferno das violações ou se retrata as experiências alheias.
Outra história é de Gabriele Köpp, ela escreve sobre si mesma, as vezes sem conseguir compreender ou repensar o sucedido. Ela não consegue obter as palavras para descrever a violação, ela escreve sobre o “local de terror”, “caminho para o inferno”, chama os violadores de “animais” e “canalhas”.
Gabriele Köpp foi estuprada por soldados russos em 1945, quando ela tinha apenas 15 anos agora, com a idade de 80, ela se tornou a primeira mulher alemã a escrever um livro com seu próprio nome sobre a violência sexual que ela experimentou durante a II Guerra Mundial:
http://www.spiegel.de/international/germany/harrowing-memoir-german-woman-writes-ground-breaking-account-of-ww2-rape-a-680354.html e http://www.spiegel.de/international/germany/harrowing-memoir-german-woman-writes-ground-breaking-account-of-ww2-rape-a-680354-2.html
Mulheres – vítimas da guerra
A revista "Spiegel" escreve que não existem os dados exatos sobre a quantidade de mulheres alemãs violadas pelo exército soviético, o número que aparece em várias publicações aponta para dois milhões de mulheres. Segundo a investigação do Dr. Philipp Kuwert, o especialista de traumas e o chefe do Departamento de Psiquiatria e Psicoterapia do Hospital Universitário de Greifswald, a idade média das vítimas de violações soviéticas era de 17 anos e cada mulher foi violada em média 12 vezes. Quase metade das vítimas possui as síndromes pós–traumáticos, incluindo os pesadelos, tendências de suicídio, anestesia emocional. Cerca de 81% destas mulheres adquiriram o efeito negativo direto sobre a sexualidade.
A historiadora Birgit Beck-Heppner escreve que os soldados soviéticos usavam as violações para intimidar as populações alemãs, mostrando que o seu governo e exército já não lhes conseguiam garantir a segurança. Por isso, muitas destas violações eram executados em público.
Duas semanas de terror
Gabriele Köpp e a sua irmã fugiram de casa no dia 26 de Janeiro de 1945, porque o exército soviético aproximou-se à sua cidade. Eles entraram em uma carruagem do comboio de mercadorias que se dirigiu à zona já ocupada pelos soviéticos. Durante o bombardeamento da linha-férrea, Gabriele saiu do comboio pela janela, a sua irmã ficou por trás. Nunca mais se soube alguma coisa sobre ela.
Gabriele chegou à uma aldeia, onde foi encontrada por um soldado soviético, que vasculhava com uma grande lanterna nas mãos, na procura de mulheres. Isso foi apenas a primeira violação.
A jovem se escondeu em uma casa, onde foi encontrada por um outro soldado e também violada. Após isso, ela foi violada por mais um soldado. No dia seguinte, dois soldados a puxaram para o coral, onde a violaram. Na parte da tarde, ela entrou em um quarto, cheio de mulheres – refugiadas, mas de lá foi levada primeiramente pelos soldados, depois pelo oficial.
Todo este inferno durou duas semanas certas, 14 dias.
Quinze meses depois, Gabriele Köpp encontrou a sua mãe em Hamburgo, que logo a mandou ficar calada sobre as violações, embora disse que se Gabriele quiser, ela poderia escrever sobre a sua experiência traumática no diário. Algo que a jovem começou fazer logo a seguir.
A “doença russa”
Gabriele Köpp lembra na conversa com o jornalista de "Spiegel" que a sua menstruação parou por completo durante os 7 anos. Naquela época era um sintoma bastante comum entre as alemãs e era chamado pelos ginecologistas de “doença russa”.
Quanto Gabriele Köpp é perguntada se conheceu o amor, se teve alguma vez as relações sexuais, ela responde: “Não, não tive nada disso. Para mim existia apenas uma coisa – a violência”.
Recentemente, Gabriele Köpp também começou a pintar. Alguns das suas pinturas estão pendurados em casa. Uma das telas mostra as etapas negras da sua vida: o quadro é cheio de cruzes, caveiras, por cima está escrito “26 de Janeiro de 1945”. Uma outra tela é preenchida pelas corações pintadas com a gama de cores fortes. Como escreve "Spiegel", este tipo de pintura é bastante comum entre as meninas de 15 anos…
Notas:
[1] http://www.herbig.net/gesamtverzeichnis/sachbuch/zeitgeschichte/einzelansicht/browse/3/product/zeitgeschichte/warum-war-ich-bloss-ein-maedchen.html
[2] http://en.wikipedia.org/wiki/A_Woman_in_Berlin
[3] http://en.wikipedia.org/wiki/Marta_Hillers
[4] https://www.youtube.com/watch?v=gIZ39_pLIsc
Fonte: http://ucrania-mozambique.blogspot.com.br/2010/05/gabriele-kopp-14-dias-violada-por.html
SAIBA MAIS:
Estupros em massa na Europa por soldados aliados após a 2 Guerra Mundial (Parte 1):
http://honesthistory.wordpress.com/2013/07/30/mass-rape-in-europe-by-allied-soldiers-after-world-war-2-part-1/
Estupros em massa na Europa por soldados aliados após a 2 Guerra Mundial (Parte 2):
http://honesthistory.wordpress.com/2013/07/30/mass-rape-in-europe-by-allied-soldiers-after-world-war-2-part-2/
Exército Vermelho violava até as mulheres russas, libertadas dos campos de concentração:
http://ucrania-mozambique.blogspot.com.br/2005/04/exrcito-vermelho-violava-at-as.html
Mulher alemã escreve livro inédito sobre estupros que sofreu na Segunda Guerra Mundial:
http://noticias.bol.uol.com.br/internacional/2010/02/27/mulher-alema-escreve-livro-inedito-sobre-estupros-que-sofreu-na-segunda-guerra-mundial.jhtm
Crimes soviéticos na Segunda Guerra Mundial:
http://pt.metapedia.org/wiki/Crimes_sovi%C3%A9ticos_na_Segunda_Guerra_Mundial
Diversos abecedários foram produzidos na URSS. Assim, em 1933 foi publicado o abecedário antirreligioso, pensado em mais novos. Em 1931 foi produzido, sem nunca ser publicado, o “Abecedário erótico soviético”, pois como se dizia semi-oficialmente: “Na URSS sexo não existe!”:
http://ucrania-mozambique.blogspot.com.br/2013/04/abecedario-erotico-sovietico.html
Tropas do Exército Vermelho estupraram mulheres russas mesmo depois de libertá-las dos campos de prisioneiros:
http://www.telegraph.co.uk/news/worldnews/europe/russia/1382565/Red-Army-troops-raped-even-Russian-women-as-they-freed-them-from-camps.html
“Então, é isso que significa a hora da libertação?”, pergunta em uma das páginas de seu comovente e impactante Diário de Berlim Ocupada – 1945 – 1948 (Editora Globo), um daqueles livros indispensáveis para quem procura saber como viviam as pessoas naqueles dias tumultuados:
http://mariomarcos.wordpress.com/2012/06/30/18322/
Mulheres alemãs violadas durante a Segunda Guerra Mundial pelos soviéticos:
Filme resgata drama de mulheres violentadas no pós-guerra:
http://www.dw.de/filme-resgata-drama-de-mulheres-violentadas-no-p%C3%B3s-guerra/a-3737598
Stalin encorajou soldados para realizar "registros de retaliação", escrevendo dados sobre ficção de "atrocidades alemãs" e fixação para baixo a contribuição pessoal para o "acerto de contas" com o inimigo. Instrutores políticos, para a mesma finalidade, foram a realização de "reuniões de retaliação", convidando os soldados soviéticos para matar e saquear.
"Nós todos sabemos que as meninas alemãs poderia ser estuprada e morta - Alexander Solzhenitsyn escreveu, durante a guerra um oficial da artilharia. - Foi quase visto como uma distinção no campo de batalha".
Ele é ecoado por Gabriel Temkin, que atuou como tradutor na Divisão de Infantaria 78, "A maneira mais fácil de se vingar é tomar posse das mulheres do inimigo."
A fúria dos conquistadores só cresceu quando vi pela primeira vez com seus próprios olhos quão ricamente os alemães viveram. "As suas aldeias e cidades pareciam o paraíso na terra, em comparação com o nosso - diz o tenente Gennady Klimenkoput. - Tudo era tão limpo e arrumado. Assim, muitos edifícios bonitos. Eles eram muito mais ricos do que nós".
http://shoabloger.wordpress.com/2013/09/25/the-soviet-witness-rabichev-nemmersdorf-in-the-eyes-of-the-perpetrators/
Leia mais sobre estupros de mulheres e meninas alemãs pelos siono-soviéticos "libertadores": http://www.dailystormer.com/the-red-armys-rape-of-gemany/
As vítimas do outro lado. Livro com imagens da morte causada pelos ataques dos aliados na Alemanha causa polêmica:
http://veja.abril.com.br/171203/p_086.html
Em 1945, os soviéticos foram os primeiros a chegar em Berlim. Mesmo após a rendição dos nazistas, o sofrimento do povo alemão parecia não ter fim. Os soldados (chamemo-los assim) do Exército Vermelho invadem casas, arrancam mães e filhas de suas famílias e as estupram em praça pública, na frente dos esposos, dos filhos, parentes, algumas foram estupradas várias vezes por grupos de até 10 soldados. Mais de 2 milhões de mulheres alemãs foram estupradas só em 1945, desde crianças de 8 anos à idosas de 80. O índice de abortos pulou e muitas dessas mulheres cometeram suicídio. O livro “Anônima, Uma Mulher em Berlim”, é um relato perturbador sobre os abusos sexuais sofridos pelas mulheres da Alemanha em 1945.
Abraços
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