Aqui no Brasil, onde vieram formar família, um novo lar, fomentar o crescimento do país e contribuir significadamente em várias áreas da ciência e das artes; experimentaram humilhações, insultos, estupros, até neles cuspiam e roubos pura e simplesmente sofreram sem nunca terem sido devidamente indenizados. Ainda tinha os covardes espancamentos, as falsas acusações, as ameaças e chantagens, o terrorismo psicológico, torturas entre outros males e crimes, pelo simples fato de falarem ou serem descendentes de alemães. O idioma alemão era motivo suficiente e muitas vezes realmente fora o único "crime" deles.
Veja o documentário "Sem Palavras", em alemão Speechless, com direção de Kátia Klock
( 2009 - 52 min.)
Mas nem por isto os alemães, ao contrário de certas outras etnias que não param de choramingar e ficam a se fazer de eternas vítimas. Pelo contrário, os alemães no Brasil de forma honrosa e exemplar, se ergueram com a própria força física, intelectual, empreendedora e moral que lhes são muito características e reconhecidas mundialmente, sem exigirem indenizações, leis especiais, memoriais ou cotas em universidades e tantas outras vantagens paternalistas e discriminatórias para lhes favorecer acima do resto do povo brasileiro ou até das nações estrangeiras.
Mas caberia sim, levantar esta questão. Pois flagrantes e graves crimes foram e continuam sendo cometidos pelos governos federal, estaduais e municipais, por outros cidadãos brasileiros e nações e povos estrangeiros que movidos por um incurável racismo ou preconceito e ódio que são irresponsavelmente propagados por segmentos da imprensa, cinema, "historiadores", entre outras marionetes inocentes ou não.
Eles reclamando, o que seria justo, acaso seriam indenizados ou isso só vale para certos outros grupos ou etnias? E quem todos seriam os devedores?
Para saber mais:
1 ) Campos de concentração em Santa Catarina, por Leandro S. Junges.
Santa Catarina manteve dois campos de concentração durante a Segunda Guerra Mundial. Num período ainda obscuro da história catarinense, entre 1942 e 1945, pelo menos 200 pessoas foram confinadas sob a acusação de "invasores infiltrados", "espiões" ou "agentes de Hitler" em campos montados em Florianópolis e Joinville.
Fonte: http://www1.an.com.br/2003/set/14/0ger.htm
2 ) Memórias do Estado Novo: Restrições e Perseguições Durante o Estado Novo a Ítalo e Teuto-Brasileiros no Meio Oeste-Catarinense, por Assis Felipe Menin, formado em História pela Unopar, professor da Rede Estadual de Ensino de Santa Catarina.
3 ) Descendentes de alemães lembram perseguição no RS na 2ª Guerra.
No estado, casas, lojas e igrejas foram os principais alvos da revolta. Os imigrantes alemães foram perseguidos e muitos acabaram sendo torturados. Famílias inteiras precisaram fugir e se refugiar em comunidades próprias, conhecidas como colônias e que até hoje mantêm a cultura germânica. A língua alemã e os cultos luteranos foram proibidos. A torre de uma igreja em Cerrito, que na época pertencia a Pelotas, na Região Sul do estado gaúcho, foi derrubata com dinamites.
Fonte: http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2014/07/descendentes-de-alemaes-lembram-perseguicao-no-rs-na-2-guerra.html
4 ) Cartas revelam amor de alemães perseguidos em SC na 2ª Guerra Mundial.
Uma história de amor que se manteve por meio de cartas até o último instante de vida durante a 2ª Guerra Mundial é resgatada pelo arquivo histórico de Ibirama, no Alto Vale. Um casal de imigrantes alemães separados pela perseguição em Santa Catarina se comunicava por correspondência quando Ernest foi levado a uma prisão política em Florianópolis. Ele acabou morrendo a meses do fim do conflito, dez anos antes de sua amada Elsa.
Fonte: http://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/2b005b04f7b275b60110b4a55000fa8b/efcadc58fbc888e305d8a2de9a20d7d6?hasFacebook=false&hasTwitter=false&startOutput=360p
O imigrante foi mandado para uma prisão política, onde acabou morrendo.
5 ) O Brasil de Vargas e os reflexos da Segunda Guerra Mundial para os imigrantes e seus descendentes em Santa Catarina.
"Então, em 31 de agosto de 1942, Getúlio declarou guerra às potências do eixo. “A política externa comandada por Vargas entre 1934 e 1942, quando o Brasil pendeu definitivamente para o lado das democracias liberais, caracterizou-se pela exploração das rivalidades entre americanos e alemães [...]” diz os historiadores Antonio da Costa Farias e Edgar Luiz de Barros em seu livro Getúlio Vargas e Sua Época (2001). Segundo a doutora em História pela UFSC, Marlene de Fáveri (2004), com a opção do Brasil pelos Aliados e contra o Eixo, em janeiro de 1942, teve início a perseguição aos “imigrantes e descendentes residentes no Brasil, sendo os alemães identificados com o nazismo e considerados atuantes na causa de Hitler, em favor da Alemanha”, e da mesma maneira os italianos eram vistos como favoráveis ao fascismo de Mussolini. Nesse contexto, os homens e mulheres que eram identificados como “quintas colunas” (traidores da pátria), eram “[...] perseguidos na sua origem étnica e reprimidos nas suas manifestações culturais [...]”, vivenciando enfrentamentos, resistências, medo, apreensão e todo tipo de inseguranças em sua vida quotidiana. O então interventor do estado de Santa Catarina no período, Nereu de Oliveira Ramos, garantiu a perseguição de alemães e italianos no estado. Isso justifica a criação de campos de concentração no estado em Santa Catarina, em Joinville – Hospício Oscar Schneider – e Presídio da Trindade, em Florianópolis, para aprisionar não os judeus e outros que não faziam parte da chamada raça ariana, mas, “ironicamente, os nazistas, ou alemães – simples imigrantes ou simpatizantes do nazismo – que moravam no Brasil foram perseguidos pelo governo Getúlio Vargas, que contava com um eficiente aparelho nacionalista” diz o jornalista Leandro Junges, em matéria publicada no jornal A Notícia em 2003."
Fonte: http://www.folhaojornal.com.br/edicao-n%C2%BA-870-terca-feira-2
6 ) Presos Políticos do Estado Novo e o Direito à Anistia e à Reparação Pelos Danos Sofridos, por Alberto Testoni.
Fonte: http://www.revistapersona.com.ar/Persona62/62Testoni.htm
7 ) As violências contra os alemães e seus descendentes, durante a Segunda Guerra Mundial, em Pelotas e São Lourenço do Sul – Aspectos Culturais, pelo Prof. Dr. José Plínio Guimarães Fachel da Universidade Federal de Pelotas – UFPel.
A criminalização dos elementos culturais germânicos fica evidenciada nas portarias policiais, como a decretada em 31 de janeiro de 1942, pelo delegado D. Peretti, em São Lourenço do Sul, que proibia falar ou cantar em alemão. Em regiões onde a colônia alemã possuía uma homogeneidade étnica essas restrições não eram tão pesadas, mas em áreas dominadas por populações não germânicas como Pelotas as delações eram mais freqüentes. Analisando a estatística policial do período verifica-se o rígido controle policial sobre os colonos, em janeiro de 1944 a delegacia de Pelotas expediu mais de 3097 salvo-condutos.
Fonte: http://familiaronnau.webnode.com.br/curiosidades/as%20viol%C3%AAncias%20contra%20os%20alem%C3%A3es%20e%20seus%20descendentes/
Loja alemã incendiada em Pelotas, Rio Grande do Sul.
8) O ex-ministro Karlos Rischbietter fala sobre a perseguição aos descendentes de alemães, no Sul do Brasil, durante a Guerra.
O triste depoimento do Sr. Rischbietter retrata apenas uma parte de todo o sofrimento que o povo alemão passou por aqui. Demissões, humilhações públicas, prisões, campos de concentração, torturas, saques, expropriações, estupros, deportações, proibição de falar a língua materna, queima de igrejas luteranas e até assassinato fizeram parte do cardápio do tratamento recebido em terras brasileiras. Essa história deve vir a tona e merece ser contada!
E quem se beneficiou das expropriações do fruto do trabalho dos imigrantes alemães. Quem ficou com as empresas, os bens? Quem se apropriou dos estabelecimentos comerciais? Quem eram os grupos descontentes com o desenvolvimento e progresso dos imigrantes? Os imigrantes que aqui se estabeleceram não receberam incentivos, nem apoio. Deixados a própria sorte, abriram suas estradas, construíram suas casas, suas comércios, plantações, escolas e igrejas.
A entrevista foi ao projeto Memória Paranaense original, que foi o da Rádio CBN Curitiba e Inepar, em 1997 e 98.
9) Não foram apenas os imigrantes e descendentes de alemães os perseguidos durante a Segunda Guerra Mundial. Descendentes de italianos e também de holandeses também eram constantemente vigiados.
Fazia-se alcagüete sem eira e nem beira. Iam denunciam todos que meramente falassem alemão. As casas dos descendentes eram invadidas não para caçar "nazistas" ou "quintas-colunas", mas para roubar. A guerra era mero pretexto. Apreendiam de tudo, livros, bíblias documentos, invadiam as igrejas e de lá tiraram tudo que se caracterizava como alemão. Os históricos de batismos, casamentos e enterros foram retirados dos arquivos das igrejas e queimados.
Até haviam campos de concentração para alemães e seus descendentes e para japoneses também. Em Porto Alegre/Rio Grande do Sul, havia a Ilha das Cobras onde se aprisionavam os alemães e italianos sob falsas acusações e provas forjadas.
Abraços
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